sábado, 28 de janeiro de 2012

GOLDEN AXE : O Machado Amarelo que coloca muito D&D no chinelo

Informações Gerais:
Ano de lançamento: 1989
Fabricante: SEGA
Número de jogadores: 1 ou 2 (simultâneos)

A história de um épico! eu me lembro bem da musiquinha na hora de escolher os personagens. Eu jogeui bastante esse game na casa do meu amigo Guilherme Rodrigues, que na época era o mais riquinho do grupo e já tinha um Mega Drive enquanto eu e nossos outros amigos ainda estávamos nas aventurescas manobras do 8 bits (nossa turma se dividia por igual entre os da Nintendo e os da Sega, e até havia uma estratégia nisso. Sempre que íamos ganhar games novos, escolhiamos um que o colega já nao tivesse, e pra comprar novos consoles era assim também, no esquema comunitário. Chegava o Natal e era aquela assembléia geral da molecada pra decidir quem pediria o quê para os pais. Normal era nos ver aos bandos na casa de um dos garotos. E assim, eu tive a oportunidade de conhecer muiitos jogos e consoles, que as vezes eu não tinha dinheiro para comprar.
Foi numa dessas aí, com o
Guilherme, o já citado Igor (na matéria sobre o jogo Ys ) e Cia. Ltda que nos deparamos num fim de semana com esse joguinho estranho, que já tínhamos visto em Arcades. Até me lembro que a primeira vez que o vi foi num daqueles cartuchos 6-Pack que rolava no Mega Drive, um prato cheio numa época em que um cartucho custava lá os seus 40 contos o piratão mais vagabundo.
Golden Axe foi originalmente lançado para o Arcade, como disse, mas foi no 16 bits da Sega que ele ganhou milhares de fãs ao redor do mundo. Lançado logo no início da vida do console, ele serviu para mostrar um pouco do que o Mega Drive era capaz... coisa muita aos olhos do mirradinho eu de 15 anos atrás. Foi uma conversão mais que perfeita dos fliperamas, com jogabilidade, gráficos e qualidade sonora bastantes fiéis ao original!
Mas chega de chororô nostálgico e deixemos essas lágrimas para quando eu criar coragem de escrever sopbre Top Gear. E vamos ao Machado Dourado!!! 
O jogo se passa em um mundo de guerreiros e feiticeiros bastante parecido com a Hiperbórea do Conan e você já deve ter percebido que as similaridades não param por ai, já que neste mundo também o bom manejo de uma espada ou a sabedoria em utilizar uma magia são fatores primordiais para a sobrevivência. “Yuria” é o nome deste estranho mundo, que poderia ser um local pacífico caso o mal não tivesse tomado o controle há algum tempo. “Death Adder”, que eu sempre chamei de Darth Vadder, é um impiedoso e poderosíssimo guerreiro e é também o responsável pelo época de trevas em “Yura”. Junto com suas tropas malignas, ele aniquilou várias vilas e cidades de “Yura” somente para mostrar o seu poder. Bwahahahaha, essa parte voce já sabe, pulemos essa chatice. Todo mundo ai conhece o tipo de Vilão fodão com pose de vilão fodão e armadura de vilão fodão. Em um ato decisivo para que ele dominisse de vez o mundo, “Death Adder” sequestrou o Rei e a Princesa de “Yura” (ah vá), além de se apossar do lendário “Machado de Ouro”, uma arma que dá poder ilimitado ao seu possuidor.
Aí a porra ficou séria.
Fodeu, fodeu de vez, tudo parecia perdido, até que três bravos guerreiros resolveram unir forças para desafiarem a tirania de “Death Adder”. Esse power trio poderiam estar matando, roubando, montando um power-trio-grunge, mas não, decidiram por salvar o mundo da tirania desse vilão que parece mais uma alegoria sadomasô que qualquer outra coisa (pelo menos os vilões do Conan eram mais... machos).  Os impávidos heróis são: Ax-Battler, um forte guerreiro com grande habilidade no manejo de sua espada e pouquissimos neurônios aproveitáveis, além de uma sunguinha azul que deixaria He-Man com invejinha aguda; Gilius Thunderhead, um astucioso anão vindo das minas de Wolud e munido de um grande machado, vestindo um vestidinho uma  estilosa túnica verde e um elmo viking (??); e Tyris-Flare, uma amazona de grande força e destreza e belas coxas que tinha a voadora jamais igualada em poder de destruição e sex-appel em toda a história do video game.
O lance não é que eles se reuniram numa taverna um belo dia e tiveram a grande idéia de derrotar o imperador do mal. Não. Isso é coisa de D&D. Na verdade eles preferiam estar em outro lugar jogando cartas ou pebolin, mas todos possuem motivos pessoais mais que convincentes para lutar e derrotar “Death Adder”, já que o mesmo foi o responsável direto de várias perdas preciosas em suas vidas: Ax-Battler teve sua mãe morta, já Gilius perdeu seu irmão; e Tyris, perdeu seus pais.
Inventar roteiros intrísecos pra que mesmo?
Mas não é apenas a coragem e o bom manejo de suas armas que fazem destes três guerreiros candidatos a salvarem seu mundo do mal. Eles também possuem a capacidade de soltar poderosas magias elementais a medida que vão acumulando poções mágicas, que são conseguidas com certos duendes que aparecem no decorrer da aventura. Duendes ladrõezinhos de uma figa, se me permite dizer. Uns filhosdaputinha. Mas essas poções disponibilizam um poder que realmente é essencial para garantir a vitória sobre “Death Adder”. Além de ser o maior barato ver as animações, que iam mudando à medida que o poder ia evoluindo. A última animação da Tyris é fodástica, eu tinha orgasmos infantis toda vez que aquele dragão cuspia fogo na galera lá embaixo.
(orgasmos infantis? WTF???)

Uma versão anos luz da lançada para o Master System!

Eu sou um amante do Master System, vocês devem ter percebido. Mas vou dar o braço a torcer. Golden Axe é um jogo que dá ao jogador motivação de sobra para jogá-lo, seja pela história do mesmo - que é bacaninha, vá - ou por suas grandes qualidades técnicas. Assim como na versão do Arcade, pode-se jogar com dois jogadores na tela, algo que não era possível na versão do Master System, que também restringia o jogador a apenas um personagem, nesta caso, o bárbaro Ax-Battler. Ou seja, aqueles tipo eu que haviam gostado da versão 8 Bits do jogo com certeza ficaram maravilhados com esta versão do Mega Drive!
Detesto falar de gráficos de games e ficar comparando e talz, principalmente nessa época de 16 bits. Mas quem conheceu a versão do Arcade sabe muito bem que a versão do Mega Drive é quase idêntica! Os gráficos são excelentes realmente, com cenários bem desenvolvidos e bem detalhados. Na verdade esses gráficos mostraram o modo como o D&D existia na minha cabeça muito melhor que o próprio fiasco chamado Dungeons And Dragons. E a aventura traz para os jogadores cenários dos mais diversos: Enquanto alguns são mais, digamos, clichês comuns, como florestas e vilarejos atacados por capangas do mal, há outros que surpreendem: Você precisará atravessar estágios sob o casco de uma tartaruga gigante e também sobre as costas de uma águia de proporções titânicas! Estes cenários inusitados foi algo bem original para a época e que ficou condizente com o universo de fantasia encontrado em todo o jogo. As cores estão na medida para se encaixar de maneira perfeita no tom sério e adulto que o jogo possui. Nada de poderzinhos coloridos. Nada de falas infantilizadas. Nada de poderes final fantasyosos.  Os personagens principais e os demais também estão perfeitos, bem fiéis ao jogo original. E como nota bastante pessoal, gostaria de dizer que esse jogo foi o primeiro em que vi os personagens da tama descansando entre uma fase e outra.

A jogabilidade do game é ótima, e totalmente fiel a versão do Arcade. O que é uma coisa boa, nesse caso. Os comandos e ações são básicos, aquela era uma época com poucos botões no joystick, e eu juro que éramos mais felizes dessa forma. Tudo se resumia a pular, correr, dar golpes, soltar magias, etc, sendo que todos podem ser executados de maneira rápida e eficiente usando TRES BOTÕES ENFILEIRADOS. Qual o problema das empresas de hoje? Será que eles acham mesmo que usar 413 botões num controle pouco anatômico faz ele parecer mais maneiro? 
Blerg.
A jogabilidade do jogo muda um pouco quando o jogador passa a fazer o uso de alguns tipos de monstros a seu favor, como uma estranha criatura que é uma espécie de passáro misturado com um réptil, além dos clássicos Dragões. Ao montar sobre uma dessas criaturas, elas estão sob o total controle do jogador, que então pode, de acordo com o tipo monstro, dar rabadas ou cuspir bolas de fogo, entre outras ações que são bem úteis para se derrotar os inimigos, já que a maior parte deles exige uma perigosa proximidade para sofrerem algum dano.

A trilha sonora de Golden Axe é muito boa, algumas músicas são bem tenebrosas (como o tema “Turtle Village 2″), outras contagiantes (como o tema “Wilderness”) , e já outras épicas ao extremo (como o tema “Fiend´s Path”). Golden Axe não tem uma trilha sonora extensa, como quase todos de sua geração, mas traz músicas de ótima qualidade e que ficaram eternizadas nos corações dos fãs! Os efeitos sonoros (37 no total - epoca boa quando os jogos vinham com sound test) são bem variados e bem feitos. A possibilidade de se ouvir o último suspiro de cada inimigo que é derrotado, foi algo realmente inusitado e bastante legal para os jogadores da época!


Porém a série Golden Axe está bem longe de ser joguinho de criança. O troço é difícil mesmo. Existem 3 opções de jogo. A principal é chamada “Arcade”, onde o jogador tem que passar pelos 8 estágios do game. A segunda é a “Begginer”, onde o jogo tem menos fases (apenas 3), os inimigos são mais fracos (morrem facilmente e demoram para ferir o jogador), você pode usar todo o poder de sua magia, mas não gasta todos os potes para isso como na versão normal, e o vilão final é ”Death Adder Jr” (tudo bem, intervalo de 15 minutos para rir pra caraleo desse nome) o filho do vilão do jogo, e que é bem mais fraco que seu pai. Este modo de jogo é realmente só para que os jogadores possam praticar antes de encarar o desafio verdadeiro. Já o terceiro modo é o “The Duel” onde jogadores “solos” tem que encarar varias batalhas no mano a mano contra os inimigos do jogo, e jogadores que se divertem em dupla podem duelar entre si. O modo principal (Arcade) é bem difícil a primeira vista, mas a medida que os jogadores vão pegando as “manhas” do jogo, eles verão que não se trata assim de um jogo impossível de ser concluído. Há 4 continues (que são divididos entre os jogadores, caso se jogue com dois personagens), e mais um continue secreto que é ativado após se usar o quarto, fazendo-se então uma combinações de comandos. Para facilitar um pouco as coisas, há como aumentar o número de barras de energia no menu “Option” para até cinco logo de cara, ao invés de apenas três, que é o modo automático do game. Os inimigos só atacam se ficarem em “linha reta” com os personagens controlados pelo jogadores, o que permite então a criação de estratégias e formas mais seguras para se lutar contra eles, algo que é primordial para o modo de um jogador apenas.
Tá, bacana isso aê, mas que porra essa? O Death Adder não era o vilão final?

Uma curiosadade desta versão do jogo do Mega Drive se formos fazer uma comparação com a original, lançada para os Arcades, é a existência de dois estágios extras. Quem conhecia a versão do Arcade antes de jogar a do Mega Drive, teve uma surpresa ao vencer “Death Adder” no 6 estágio (que era a última fase na versão original) e descobrir que o jogo ainda continuava! No final destes dois estágios extras, onde o sétimo é mais uma fase cheias de inimigos e o último é reservado para o confronto final com as forças do mal, os jogadores descobrem que “Death Adder” é apenas um “capacho” de um outro guerreiro ainda mais poderoso, chamado “Death Bringer”. Ele não só é mais forte e ágil do que “Death Adder”, como pode, assim como os personagens principais do game, soltar magias elementais! CORRA PRA FUCKING COLINA, MANOLO!  A luta contra ele é realmente difícil, ainda mais que “Death Bringer” tem dois esqueletos guardiões que só morrem caso ele próprio morra antes! Chegar nesta etapa do jogo com vidas preservadas e vários continues ainda disponíveis é essencial para se concluir o game.

EU CONCLUO que Golden Axe pode ser considerado como o clássico dos clássicos do Mega Drive, quiçá de toda a greação 16 bits. Com um desafio e jogabilidades igualmente boas, até hoje continua sendo altamente divertido! No Mega Drive ele ainda teve duas sequências, e sua versão original ganhou há um certo tempo um remake, com gráficos melhorados, que foi lançado para o console PlayStation 2 da Sony. Mas não gaste 5 contos num pirata dessa merda de remake. Ficou uma bosta.


Já a novíssima versão para PS3, dá até gosto de ver, saca só:


O QUE ACHOU? SE LEMBRA DESSE GAME? SE SENTIU VELHO? ALGUMA OBSERVAÇÂO A FAZER SOBRE MAIS ESSE GRANDE CLÀSSICO DA GERAÇÃO DE OUROS DOS VIDEOGAMES?

Deixe seus comentários aí embaixo, pessoa. Esse jogo merece sua opinião.