terça-feira, 17 de abril de 2012

O dia em que TRAVEI o game do Batman e ele ficou Imortal (sério)

Boa tarde, retrogamers e desocupados (ou não) da vida! Primeiro de tudo, vou começar agradecendo a TODOS os parabéns e os votos de sucesso que venho recebendo sobre as resenhas do Velho Noob. Sem dúvida, essa sessão do site está sendo muito elogiada e isso graças à voces que divulgaram e curtiram os vídeos! Eu estava meio receoso de voltar a fazer o vlog, mas fico feliz de saber que ele foi tão bem aceito por vocês e por quem não conhece o site! Se voce conhece o site ou está caindo de para- quedas na história sem entender patavinas, dá uma clicada gostosa aqui e assiste as duas resenhas do Velho Noob sobre os filmes Robô Vampire e Skeleton Man.
Pois bem, hoje eu acordei especialmente inspirado e quero falar sobre
o assunto central do blog, que são os games antigos e aquele gosto bacana de Super NIntendo e outros consoles daquela época. Então se prapare para vomitar arco-iris de nostalgia com o texto que vai ler, manolo e manola que segue esse compendio de saudosismo. 
Ontem estava conversando com um amigo das antigas, ex-dono de Master System na mesma época em que eu tinha o meu querido e finado Phantom System Gradiente (clone do NES, lembra?) completão com pistola e tudo. Bons tempos eram aqueles em que jogávamos despreocupadamente… E era exatamente sobre isso que a gente conversava, um papo que rendeu a lembrança de várias histórias tão engraçadas quanto antigas, daquelas que a gente conta e cai na risadas, e as vezes até parecem mentira de tão improváveis que eram. Senta ai e escuta.
O papo acabou, voltei para casa ainda com o sorriso no rosto, e obviamente que a idéia de compartilhar estas histórias com vocês, caros amigos, veio imediatamente à cabeça!Eu só não escrevi isso ONTEM mesmo porque precisei formatar meu notebook.
E agora me parece algo inevitável não relatar alguns destes acontecimentos presenciados ou vividos por mim aqui no nosso VELHO e bom NOOB, pois pensando bem, foi com esse intuito, acima de tudo, que eu criei o blog: Trazer de volta a nostalgia dos bons momentos passados em frente à TV jogando um bom joguinho de videogame, não é mesmo? Então vamos ao que interessa. Liga aí pra aquele seu velho amigo e convida ele pra ler junto. OU se ele estiver online, envie o link. Ele também merece reviver essas coisas com a gente. 

Como Fabricar Um Morcego invencível


O final da década de 80 foi o auge da jogatina 8 bits no Brasil. Era um Master System ou algum Nes Clone por casa,várias revistas de especialização duvidosa no segmento pipocando nas bancas, camelôs lotados de jogos piratas prontos para receberem nossos joguinhos + uma graninha em troca de outros, naquele câmbio da catira que a gente conhece e praticava bem. Locadoras aos montes sempre aparecendo com as últimas novidades, e muita revolta dos pais que teimavam que aquelas máquinas de diversão arruinavam os tubos das TVs da sala. O que apesar dos meus avanços argumentativos na área, estou longe de convencer minha mãe até hoje. Dona Desimar, lá na casinha dela, ainda acha que o video game vai estragar a tv.
Povinho antiquado né? Acho que todo mundo já ouviu muita reclamação sobre isso, e foi durante uma dessas que algo típico daqueles milagres que só acontecem 1 vez na vida, aconteceu.
O meu costume era primeiramente, sair a pé de minha casa em diraeção à game locadora do bairro (Lanterna Mágica, saudosíssima. Quem é de Divinópolis e tem mais de 20 anos vai se lembrar) pra ver se tinha algo do meu gosto para alugar e detonar durante o final de semana. Era uma loja pequena, com a maior parte do mostruário consistindo de jogos piratas, mas o dono era esforçado e mantinha sempre uma regularidade de novidades pintando no recinto que geralmente me poupavam o dinheiro do ônibus que eu deveria pegar para ir até a Game Flash, que ficava no centro, o grande paraíso dos gamers divinopolitanos da época.
E mesmo eu nunca tendo sido muito adepto de jogos baseados em filmes, naquela sexta feira eu decidi que não gastaria essa graninha extra pois havia acabado de chegar alguns joguinhos novos prontinhos para serem detonados, sendo que destes, o único disponível era o jogo do morcegão sinistro de Gothan City, o Batman. Imagine só, estamos em 1992, anos-luz de botarmos nossas mãozinhas nesse jogaço do Batman que temos hoje.
Pois é, outros jogos haviam chegado, mas não lembro qual foi o motivo que me impediu de alugar um dos outros, acho que foi alguma pendência de cadastro, sei lá, levei o morcegão pra casa e gastei o dinheiro que seria do ônibus em um saco enorme de salgadinho daqueles amarelos com gosto de isopor e chulé, aqueles palitinhos amarelos sabor queijo!
Naquela época, ser gamer (mesmo que na época eu não fazia ideia do que significava isso) era ser aventureiro mesmo, literalmente falando. Os games chegavam no Brasil sempre com um atraso, então imagine no interior de Minas? Tanto é que no começo dos anos noventa estávamos jogando jogos de 87,88,89. Mas era o maior barato.
Impressionou-me o momento em que liguei o videogame e deparei com aquela imagem digitalizada do morcegão e a introdução com o bat-carango em movimento, coisa fina! Eu adorava quando os games tinha animações, aqueles ensaios de cut scenes. Acha foda, dava gosto de jogar, me empolgava de verdade. Mas e o jogo? Um verdadeiro arraso! Gráficos espetaculares, jogabilidade gostosa ao contrario de quase todos daquela época, trilha sonora que até hoje me vêm a cabeça, as tais "animaçoes" e pra variar, muita dificuldade. Este que talvez tenha sido o melhor jogo já lançado pela Sunsoft, era um game espetacular mas difícil na mesma proporção, e isso me fez perder muitos cabelos naquelas duas madrugadas próximas (tempo do aluguel no fim de semana. Minha só me dava o dinheiro na sexta pra eu poder entregar o cartucho na segunda), mais do que eu esperava perder para poder finalizar aquele joguinho.
Travei na quarta fase, não conseguia avançar de jeito nenhum. A dificuldade era altíssima, o tempo passava e a idéia de desligar o videogame e ter que começar tudo de novo depois era perturbadora, causava arrepios! Me fazia lembrar os maus momentos que eu em vão, havia gasto para tentar vencer a última fase de Ninja Gaiden, que sem sucesso, apenas me fez manter o videogame ligado a noite e o dia todo para não perder a opção de continue, até que minha mãe perdesse a paciência e viesse e arrancasse a fonte da tomada. (um lágrima escorreu aqui, man) Não, eu não queria passar por aquilo de novo nem fodendo de jeito nenhum, e por isso me empenhava em tentar passar aquelas fases marditas de difíceis. Eu não era nenhum exímio jogador naquela época (nenhum de nós éramos, tudo era novidade, admita), mas foi pela persistência nestes jogos que mais pra frente, pouquíssimos foram os games que me venceram pela dificuldade, como Ninja Gaiden e Castlevânia, e não pela mediocridade do mesmo. Hoje em dia a maioria dos games eu abandono por serem medíocres mesmo. Mas naquela época era diferente, nós não tínhamos muitos jogos à disposição, não era igual a voce hoje que baixa seu jogos direto do site da softhouse. O meu notebook mesmo, deve ter uns 3 jogos instalados nesse momento, além de uma caralhada de roms e emuladores. Ou seja, um acervo muito maior que as prateleiras das locadoras de antigamente existe aqui no meu computador, ocupando nem metade do meu HD. Mas naquela época, voce colocava as mãos num game e nao tinha outra escolha a não ser jogar e jogar até zerar ou ser zerado por ele. Porque trocar de jogo nao era tão facim assim. Ainda mais quando voce pagava o aluguel da fita. Se minha mãe me visse sem jogar o joguinho, eu tava era lascado (hehe).
Mas o negócio não estava rendendo, o domingo já estava na metade e nada de eu conseguir terminar o negócio. O desânimo já batia à porta quando desliguei o videogame para não apanhar de cinta da dona da casa senhora minha mãe, e a grana da devolução do cartucho já estava prontinha e separada. Fazer o quê? É se conformar e… jogar mais um pouquinho né!?
Por volta das 3hs da tarde, resolvi voltar da rua, pois o joguinho não me saia da cabeça e eu havia pensado em algumas táticas para detonar a fase em que eu me encontrava, e chegando, liguei o videogame escondido no quarto e comecei a jogar. 
Quem aqui dormia com os irmãos em quarto único levante a mão! Eu era um desses, é claro. Dividia o quarto com minha irmã e irmão mais novos, e quando eu estava na 2ª fase do jogo, escutei a bendita saindo do banheiro. Ela veio com uma toalha enrolada no corpo e outra enrolada na cabeça meio caindo por cima da cara, entrou no quarto e passou lotada sem ver nada entre eu e o videogame, levando os cabos todos junto com ela. O videogame pulou, o controle voou das minhas mãos, e o sangue quente subiu até os cabelos, eu tinha certeza que estava tudo perdido e que eu iria ter que fazer tudo de novo mais uma vez, mas pior seria o pega-pra-capá que eu teria na sequência com minha irmã… só que… a música do game não parou…



Claro que ainda teve aqueles 2 minutos de xingamentos incessantes pela trapalhada dela, mas aos poucos minha atenção foi se voltando totalmente para o que parecia ser muito improvável. Naqueles videogames antigos da geração 8 bits, muitas vezes era necessário apenas um encostão manso no videogame para que o jogo travasse, imaginem então o que deveria acontecer com o pulo que o aparelho deu na tropicada da minha irmã? Mas ao invés disso, o jogo não travou, continuou normalmente, e só por isso eu já devo considerar esse acontecimento um verdadeiro milagre de nosso senhor Sephirot pela distância que o console foi arremessado (sim, a tropicada foi forte, levantou o coitado do chão), mas não parou por aí. Momentos depois percebi algo mais improvável ainda: O morcegão não estava tomando dano dos inimigos. Por mais que me batessem, corressem atrás dele, atirassem nele e o escambau todo, o Batman continuava com o HP travado naquela porção que estava quando a pancada no console aconteceu. Avancei aquela fase no intuito de matar o líder para ver se na próxima o efeito ainda estaria funcionando, e estava! Fiz o teste final depois: cheguei a me jogar em um buraco pra ver o que acontecia, e mesmo morrendo, era só reiniciar a fase que o Batman continuava sem perder energia quando acertado. Maravilha! O tropicão da minha irmã havia deixado o morcegão imortal!
Era inacreditável! Esqueci a briga na hora, fiquei estupefato com o ocorrido, sai distribuindo pancadas em todo mundo radiante com a imortalidade do herói. Rapidamente cheguei na 4ª fase novamente, e passei facilmente. Fui para a 5ª fase, cheguei no chefão final e me deparei com o Coringa portando um revolver do tamanho de um taco de sinuca, mas que se dane, o Batman estava imortal, deixei o cara de palhaço tirar a vontade, em pouco tempo ele estava derrotado também, onde presenciei uma cut cene final digna de ser imortalizada no NES.


Fiquei surpreso também ao descobrir que a quarta fase era a penúltima, e só haveria mais uma pela frente, o que acabou me deixando, naquela altura do campeonato, até contente com o meu desempenho apesar da ajudinha do acaso!
E o acaso que o diga: depois disso, eu até tentei repetir o acontecido com alguns outros jogos, chacoalhando o videogame ou dando tapinhas no cartucho pra ver o que acontecia, e nem preciso dizer que nunca mais aconteceu nada, né? Ou melhor, aconteceu sim: descobri umas 20 maneiras diferentes de se travar um jogo!


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