quinta-feira, 26 de abril de 2012

PATETA & MAX (Goof Troop - SNES)

Para quem hoje está velho e rabugento, assistindo todo revolts a ascensão dos MMORPG,  pelo menos presenciou a era dos 8-16 bits, e sabe que foi uma época excelente pra bons jogos da Disney. Tinha um game da Disney em tudo quanto era console da época. Por mais que fossem voltados à crianças, os jogos eram muito divertidos e cativantes, até porque, na época nós éramos crianças também. Obviamente que olhando pra os jogos de hoje, não sentimos a mesma euforia com os jogos, mas também não dá pra negar o bom trabalho feito em cima da popularidade dos personagens daquele tempo. E uma prova disso é que, por razão de idade e prioridades na minha vida, eu não fico tão empolgado com um Kingdom Heart da mesma forma que fiquei enlouquecido quando joguei Luck Dime Caper no meu Master System. Pra quem nao jogou ou não se lembra, LDC é aquele game clássico do Pato Donald, que rolou no Master e no Mega.
Daquela leva de games lindos da Disney, incluindo, claro, Alladim e Rei Leão, os proprietários do SNES sempre foram os mais bem-aventurados com games geniais. Mas o que mais marcou, sem dúvida, foi um game "pateticamente" simples. Goof Troop , pra quem se lembra da Turma do Pateta, como é conhecido por aqui, passava no
Disney Cruj - pega carona nessa onda de bons games da Disney. E faz história.

Tudo começa quando Pateta, Max, Bafo e BJ saem pra pescar. Bafo e BJ são capturados por um navio pirata por engano, pois os marujos confundiram Bafo com seu líder K. Pete, que havia sido engolido por uma baleia. Bafo então começa a se passar pelo pirata, mas o problema é que o verdadeiro K. Pete retornou e acabou com a farsa. Cabe agora a Pateta e Max salvar seus vizinhos. Mas isso eu sou AGORA, por que na época - quando meu inglês se resumia a "Shield", "sword", "Start" e "Play"-  eu achava mesmo era que o Bafo era o vilão da coisa toda.
Goof Troop é um jogo muito bonito de se ver. Seus gráficos são bem coloridos e detalhados. A movimentação e expressão dos personagens é excelente, desde o lançar de um barril até a colisão dele com algum inimigo que vai jogá-lo longe da tela. As músicas se encaixam bem com o perfil do jogo, com um ritmo bem alegre e cômico, quase tropical, mudando para um clima mais tenso nos chefes. Os efeitos sonoros também são muito legais, apesar de um pouco alto às vezes. (lembra da sua mãe ameaçando desligar o videogame se voce não abaixar o volume?)
A jogabilidade talvez seja o ponto forte do jogo, que faz com que se torne divertido e muito prazeroso de jogar. Primeiro de tudo, é possível jogar com um amigo simultâneamente. E devo lhes dizer que esse é um dos melhores jogos pra se jogar com alguém, é realmente muito divertido! Um vai com Pateta e o outro com seu filho Max. E eles possuem características diferentes: Pateta é mais forte e derrota inimigos com apenas uma pancada, porém é mais lento. Já Max é o inverso; o garoto é bem rápido, mas precisa de pelo menos duas pancadas pra derrotar os inimigos. Os personagens podem carregar até dois itens no inventário no canto superior da tela, mas jogando com um amigo, cada um só poderá levar um item no inventário. O que obriga a um coop bacana. Você pode pegar um gancho - pra puxar itens ou empurrar inimigos, uma vela - pra iluminar locais mais escuros, chaves usadas pra abrir portas, entre outros.
Vale lembrar que aqui os personagens não pulam; o que na primeira hora de game pode ser deseperador, até você assimilar a lógica do game. Pra derrotar os inimigos você precisa pegar itens (barris ou vasos, por exemplo) e jogá-los nos inimigos. É possível também derrotá-los chutando pedras em sua direção (não faz sentido algum, eu sei).
E é justamente essa tática de chutar pedras que é muito explorada no jogo. Você precisará chutar pedras em alguns locais pra resolver vários puzzles espalhados pelas fases. Infelizmente, por se tratar de um jogo voltado ao público infantil, os puzzles são bem simples e podem ser resolvidos facilmente por jogadores mais "maduros". Mas na época, era um verdadeiro desafio intelectual para mim ficar ali horas chutando blocos pra lá e pra cá, tendo que voltar a tela pra dar um reboot no puzzle toda vez que a coisa ficava sinistra.
Outro fator que deixa a desejar é dificuldade. Além dos puzzles fáceis, o jogo possui apenas cinco fases e os inimigos e chefes não vão apresentar grandes dificuldades. Sem contar o grande número de itens espalhados pelas fases, que te dão vidas e continues extras. O jogo pode ser terminado em menos de 3 horas, caso ninguém tropece nos fios do controle e derrube tudo no chão.
Como curiosidade, para os que ainda não sabem, Shinji Mikami - criador da série Resident Evil - trabalhou nesse jogo. Sério isso. Foi um dos primeiros grandes trabalhos dele. É possível notar certas características que seriam marca registrada de RE aqui em Goof Troop, como por exemplo, o inventário limitado, os puzzles espalhados pelas fases e a busca por chaves para abrir portas. Embora procurar uma CHAVE pra ABRIR UMA PORTA seja o mínimo que alguém poderia esperar do próprio cérebro.

Conclusão de um gamer com lagrimazinha escorrendo no cantos olhos: GOOF TROOP É UM JOGO MUITO BEM PRODUZIDO E ALTAMENTE RECOMENDADO PELO SEU FATOR DIVERSÃO, PRINCIPALMENTE QUANDO JOGADO COM ALGUÉM. INFELIZMENTE A DIFICULDADE É BAIXA ATÉ DEMAIS E ISSO FAZ COM QUE O JOGO SEJA FINALIZADO SEM GRANDES PROBLEMAS.

PS: Eu ainda tenho um caderninho velho onde eu anotava passwords e "manhas". Tá com folha rasgada, sem capa, todo fodido, mas deve ter lá em algum canto rabiscado: "Diamante vermelho, Diamante Verde, etc, etc"

Se Lembra desse, caro leitor? Já caiu na água ou num buraco e viu eles afundarem tipo o Coiote no desenho do Papa Léguas?